Singer Germano Mathias receives a well-earned tribute by exponents of Brazil’s MPB.
Arguably São Paulo’s samba most important representative still performing, Mathias, aka “Catedrático Do Samba”, defines his style as syncopated, and stresses that he picks tasty stories while choosing his songs. He is in currently his late 80ies, he began his career in the 1950s, in the Radio days, adding tap dance and the capoeira style tiririca.
The project’s name, #PartiuZePelintra refers to the persona Germano created for the stage. His attire, inspired by the Afroamerican Umbanda religion comprises a white Panama hat, leather shoes and a slim fit suit, bestowing the elegance that cativates but also empowers the musicians, making them respectable as maestros and erudite spallas. Not all of Germano’s work is familiar to even the generations who revere and appreciate him, especially among younger members. He has almost three hundred recorded songs!
Composer Manu Lafer, an avowed follower of Mathias’s musical lineage, encouraged by Zeca Baleiro, invited renowned MPB interpreters to record songs from Mathias vast repertoire. Lafer and Baleiro sing with Mathias on Malandro Não Vacila. Baleiro is also featured, along with Forró’s Queen Anastácia, on Serra Da Coirana. Lafer and the talented Hispanic Brazilian Irene Atienza sing together with Mathias on Porto Rico, one of the biggest hits of Caco Velho (1920-1971), a singer who was one of Germano’s main influences and to whom he paid homage on a tribute album.
Anastácia, from forró style, and Luiz Carlini, an exponent of the guitar in Brazilian rock, are examples of how an artist can be known for what he does in one genre – samba – while being recognized by stars of other genres. Here, we must also mention the accordion-playing representative of forró, Toninho Feragutti, and Neymar Dias, famous for his sertanejo roots music.
Gilberto Gil revealed Germano Mathias to a string of generations, through the LP Antologia do Samba De Breque. In a way, the speech-singing, the combination of percussive acoustic guitar and vocals through which Gilberto Gil explored the potential of Minha Nega Na Janela, comprise an epiphany comparable to the interpretation of João Gilberto (1931-2019) of Rosa Morena, by Dorival Caymmi (1914-2008). João Gilberto, by the way, and the whole revolution he kicked off, emerged only after Germano Mathias.
Gilberto Gil, produced by Bem Gil, interprets the song composed by Lafer for Mathias, Amigo De Garfo. Gil asked – euphemism for order – if Germano would sing in the album. The producers included Malandro De Araque, a piece Mathias had remembered just recently, after he having been asked about it by a shopkeeper.
Other illustrious guests enhance this tribute: Fafá De Belém, Mateus Aleluia, Leila Pinheiro, Zélia Duncan, Luiz Tatit, Ná Ozzetti, Maúcha Adnet (singing what some consider to be Germano’s biggest hit, Lata De Graxa), Verônica Ferriani and, specifically from the world of samba: Graça Braga, Mariana Bernardes, Fabiana Cozza, Carlinhos Vergueiro and Chico Médico.
Composers, in addition to Germano Mathias himself (Os Vidrados, Metamorfose, Seu Cochilo), include Rio de Janeiro’s icons of samba: Padeirinho Da Mangueira (1027-1987; Barra Pesada) and Zé Keti (1921-1999; Nega Dina and Regenerado), while Alagoan-born Jorge Costa (1922-1995) represents São Paulo (Requebrado Diferente). Swami Jr was the producer and arranger, with the supporting band counting with Luizinho, the seven-string guitar virtuoso, Douglas Alonso and Milton Mori, and participations.
Tracks
1. Malandro de Araque (FM Cabral, Rafael Gentil)
Quando o tira me encanou
Lá na esquina da avenida
Eu seguia pra oficina
Pra ganhar a minha vida
Não sou de Copacabana
Nem da avenida São João
E a minha calça rancheira
É resto de um macacão
Quando o tira me encanou
Cometeu uma falseta
Eu nunca fui um playboy
E nem ando de lambreta
Olhe bem, seu delegado
Isto aqui não é topete
É cabelo arrepiado
De quem vive no basquete
Inferninho que eu conheço
É o trabalho, noite e dia
Nunca fui a uma boate
Nem cursei academia
Eu nunca vi a Maysa
Nem danço rock’n roll
Meu fraco é ver o Pelé
Num campo de futebol
Meu pai não é deputado
É servente de pedreiro
Minha mãe não joga pife
Lava roupa o dia inteiro
Em casa quem não trabalha
É o pobre pai do meu pai
Porque perdeu uma perna
Na guerra do Paraguai
(Muito breve ele vai)
Quando o tira me encanou
Cometeu uma falseta
Eu nunca fui um playboy
E nem ando de lambreta
Olhe bem, seu delegado
Isto aqui não é topete
É cabelo arrepiado
De quem vive no basquete
Inferninho que eu conheço
É o trabalho, noite e dia
Nunca fui a uma boate
Nem cursei academia
Eu nunca vi a Maysa
Nem danço rock’n roll
Meu fraco é ver o Pelé
Num campo de futebol
Meu pai não é deputado
É servente de pedreiro
Minha mãe não joga pife
Lava roupa o dia inteiro
Em casa quem não trabalha
É o pobre pai do meu pai
Porque perdeu uma perna
Na guerra do Paraguai
(Muito breve ele vai, vai)
E muito breve ele vai, vai, vai, vai
Muito breve ele vai, vai, vai, vai, vai, vai, vai
Muito breve ele vai, vai, vai
Mas muito breve ele vai, muito breve ele vai
Muito breve ele vai, vai, vai
2. Bacharel de Gafieira (Conde)
Quando eu brigo com Yvone
Não escolho, não
Vou pra gafieira
Fecho o olho e passo a mão
Gato quando tá com fome
Come até sabão
Gato quando tá com fome
Come até sabão
Quando eu brigo com Yvone
Não escolho, não
Vou pra gafieira
Fecho o olho e passo a mão
Gato quando tá com fome
Come até sabão
Gato quando tá com fome
Come até sabão
Seja preta ou seja branca
Mesmo velha está bem
O que eu não quero é sair do baile
Sem levar alguém
Sou cartaz, estou por cima
E não vou fazer asneira
Tenho o meu anel de grau
Sou bacharel de gafieira
Rapaz
Sou formada e tudo
Pensando o quê?
Quando eu brigo com Yvone
Não escolho, não
Vou pra gafieira
Fecho o olho e passo a mão
Gato quando tá com fome
Come até sabão
Gato quando tá com fome
Come até sabão
Seja preta ou seja branca
Mesmo velha está bem
O que eu não quero é sair do baile
Sem levar alguém
Sou cartaz, estou por cima
E não vou fazer asneira
Tenho o meu anel de grau
Sou bacharel de gafieira
3. Amigo de Garfo (Manu Lafer)
Se a sua morada não fosse do Bruno
Se a danada da Yvone não soubesse cozinhar
Se o Mati soubesse latir
E se você não soubesse cantar
Você acha que eu vinha te visitar?
Você acha que eu vinha te visitar?
Traz o garfo e o prato
Traz os sambas do Caco
Faz um filé de bule pra nos acompanhar
E agora rebola esse queixo
Rebola que eu deixo você rebolar
E agora rebola esse queixo
Rebola que eu deixo você rebolar
Se a sua morada não fosse do Bruno
Se a danada da Yvone não soubesse cozinhar
Se o Mati não soubesse latir
E se você não soubesse cantar
Você acha que eu vinha te visitar?
Você acha que eu vinha te visitar?
Traz o garfo e o prato
Traz os sambas do Caco
Faz um filé de bule pra nos acompanhar
E agora rebola esse queixo
Rebola que eu deixo você rebolar
E agora rebola esse queixo
Rebola que eu deixo você rebolar
Se a sua morada não fosse do Bruno
Se a danada da Yvone não soubesse cozinhar
Se o Mati não soubesse latir
E se você não soubesse cantar
Você acha que eu vinha te visitar?
Você acha que eu vinha te visitar?
Traz o garfo e o prato
Traz os sambas do Caco
Faz um filé de bule pra nos acompanhar
E agora rebola esse queixo
Rebola que eu deixo você rebolar
E agora rebola esse queixo
Rebola que eu deixo você rebolar
4. Serra da Coirana (Déo do Baião, Onildo Almeida)
Vamo pra Serra da Coirana Anastácia?
Simbora
Capinheiro, não me leve lá pra Serra da Coirana
Capinheiro, não me leve lá pra Serra da Coirana
Lá na Serra da Coirana tem catinga de macaco
Tem cipó, rabo de rato, urtiga e tamiarana
A cobra caninana no meio da embaúba
Mata de maçaranduba, titico e suçuarana
Lá na Serra da Coirana tem jurema e pau pereira
Juazeiro e catingueira, sucupira e umburana
Tem coisa que admira, que faz medo ao caçador
É por isso que eu não vou lá pra Serra da Coirana
Capinheiro, não me leve lá pra Serra da Coirana
Capinheiro, capinheiro não me leve lá pra Serra da Coirana
Lá na Serra da Coirana tem bicho que arrepia
Tem coruja, tem cotia, tem jacu e muçurana
Tem coisa aqui pensando, lá não briga o caçador
E é por isso que eu não vou lá pra Serra da Coirana
Lá na Serra da Coirana tem jurema e pau pereira
Juazeiro e catingueira, sucupira e umburana
Tem coisa que admira, que faz medo ao caçador
E é por isso que eu não vou lá pra Serra da Coirana
Yes!
Já foi lá na Serra da Coirana?
Ainda não, mas antes de morrer eu vou!
Simbora
E lá na Serra da Coirana tem bicho que arrepia
Tem coruja, tem cotia, tem jacu e muçurana
Tem coisa aqui pensando, lá não fica o caçador
É por isso que eu não vou lá pra Serra da Coirana
Capinheiro, não me leve lá pra Serra da Coirana
Capinheiro, capinheiro não me leve lá pra Serra da Coirana
Capinheiro, não me leve lá pra Serra da Coirana
Capinheiro, capinheiro não me leve, não me leve, lá pra Serra da Coirana
5. Metamorfose (Germano Mathias)
Todo mundo morre
Só eu não, não vou morrer
Vou ficar para semente
Cá no meu modo de ver
Todo mundo morre
Só eu não, não vou morrer
Todo mundo morre
Só eu não, não vou morrer
Vou ficar para semente
Cá no meu modo de ver
Todo mundo morre
Só eu não, não vou morrer
Vou ficar para semente
Plantada no seu jardim
Só pra ver você meu bem
Jogar água em cima de mim
Só pra ver você meu bem
Jogar água em cima de mim
Se você não me regar
A chuva irá me regando
Se você não me regar
A chuva irá me regando
E florescendo numa linda planta eu irei me tornando
E florescendo numa linda planta eu irei me tornando
Todo mundo morre
Só eu não, não vou morrer
Vou ficar para semente
Cá no meu modo de ver
Todo mundo morre
Só eu não, não vou morrer
Todo mundo morre
Só eu não, não vou morrer
Vou ficar para semente
Cá no meu modo de ver
Todo mundo morre
Só eu não, não vou morrer
Vou ficar para semente
Plantada no seu jardim
Só pra ver você meu bem
Jogar água em cima de mim
Só pra ver você meu bem
Jogar água em cima de mim
Se você não me regar
A chuva irá me regando
Se você não me regar
A chuva irá me regando
E florescendo numa linda planta eu irei me tornando
E florescendo numa linda planta eu irei me tornando
Todo mundo morre
Só eu não, não vou morrer
Todo mundo morre
Só eu não, não vou morrer
Todo mundo morre
Só eu não, não vou morrer
6. Requebrado Diferente (Jorge Costa, Luiz Wanderley)
Você tem um requebrado, um requebrado diferente
Que deixa amalucado o juízo da gente
Você tem um requebrado espetacular
É de fazer o comércio fechar
Você tem um requebrado fora do comum
Que deixa estraçalhado o coração de qualquer um
Você tem um requebrado, um requebrado diferente
Que deixa amalucado o juízo da gente
Você tem um requebrado espetacular
É de fazer o comércio fechar
Você tem um requebrado fora do comum
Que deixa estraçalhado o coração de qualquer um
Ai, morena
Você abusa do direito de ser boa, porquê
Ai, morena
Tô doidinho
Tô louquinho por você
Ai, morena
Você abusa do direito de ser boa, porquê
Ai, morena
Tô doidinho
Tô louquinho por você
Você tem um requebrado, um requebrado diferente
Que deixa amalucado o juízo da gente
Você tem um requebrado espetacular
É de fazer o comércio fechar
Você tem um requebrado fora do comum
Que deixa estraçalhado o coração de qualquer um
Ai, ai morena
Você abusa do direito de ser boa, porquê
Ai, ai, ai, ai, morena
Tô doidinho
Tô louquinho por você
Ai, morena
Você abusa do direito de ser boa, porquê
Ai, morena
Tô doidinho
Tô louquinho por você
7. Barra Pesada (Moacyr da Mangueira, Padeirinho)
Você tem um requebrado, um requebrado diferente
Que deixa amalucado o juízo da gente
Você tem um requebrado espetacular
É de fazer o comércio fechar
Você tem um requebrado fora do comum
Que deixa estraçalhado o coração de qualquer um
Você tem um requebrado, um requebrado diferente
Que deixa amalucado o juízo da gente
Você tem um requebrado espetacular
É de fazer o comércio fechar
Você tem um requebrado fora do comum
Que deixa estraçalhado o coração de qualquer um
Ai, morena
Você abusa do direito de ser boa, porquê
Ai, morena
Tô doidinho
Tô louquinho por você
Ai, morena
Você abusa do direito de ser boa, porquê
Ai, morena
Tô doidinho
Tô louquinho por você
Você tem um requebrado, um requebrado diferente
Que deixa amalucado o juízo da gente
Você tem um requebrado espetacular
É de fazer o comércio fechar
Você tem um requebrado fora do comum
Que deixa estraçalhado o coração de qualquer um
Ai, ai morena
Você abusa do direito de ser boa, porquê
Ai, ai, ai, ai, morena
Tô doidinho
Tô louquinho por você
Ai, morena
Você abusa do direito de ser boa, porquê
Ai, morena
Tô doidinho
Tô louquinho por você
8. Porto Rico (Caco Velho, Heitor de Barros)
Você tem um requebrado, um requebrado diferente
Que deixa amalucado o juízo da gente
Você tem um requebrado espetacular
É de fazer o comércio fechar
Você tem um requebrado fora do comum
Que deixa estraçalhado o coração de qualquer um
Você tem um requebrado, um requebrado diferente
Que deixa amalucado o juízo da gente
Você tem um requebrado espetacular
É de fazer o comércio fechar
Você tem um requebrado fora do comum
Que deixa estraçalhado o coração de qualquer um
Ai, morena
Você abusa do direito de ser boa, porquê
Ai, morena
Tô doidinho
Tô louquinho por você
Ai, morena
Você abusa do direito de ser boa, porquê
Ai, morena
Tô doidinho
Tô louquinho por você
Você tem um requebrado, um requebrado diferente
Que deixa amalucado o juízo da gente
Você tem um requebrado espetacular
É de fazer o comércio fechar
Você tem um requebrado fora do comum
Que deixa estraçalhado o coração de qualquer um
Ai, ai morena
Você abusa do direito de ser boa, porquê
Ai, ai, ai, ai, morena
Tô doidinho
Tô louquinho por você
Ai, morena
Você abusa do direito de ser boa, porquê
Ai, morena
Tô doidinho
Tô louquinho por você
9. Lata de Graxa (Geraldo Blota, Mário Vieira)
No coração da cidade
Hoje mora uma saudade
A velha Praça da Sé, nossa tradição
Da praça da batucada, agora remodelada
Só ficou recordação
No coração da cidade
Hoje mora uma saudade
A velha Praça da Sé, nossa tradição
Da praça da batucada, agora remodelada
Só ficou recordação
Até um engraxate foi despejado
E teve que se mudar com sua caixa
Ai que saudade da batucada feita na lata de graxa
Ai que saudade da batucada feita na lata de graxa
No coração da cidade
Hoje mora uma saudade
A velha Praça da Sé, nossa tradição
Da praça da batucada, agora remodelada
Só ficou recordação
No coração da cidade
Hoje mora uma saudade
A velha Praça da Sé, nossa tradição
Da praça da batucada, agora remodelada
Só ficou recordação
Até um engraxate foi despejado
E teve que se mudar com sua caixa
Ai que saudade da batucada feita na lata de graxa
Ai que saudade da batucada feita na lata de graxa
Da batucada feita na lata de graxa
Da batucada feita na lata de graxa
10. Os Vidrados (Germano Mathias)
Ela amanhece pendurada na janela do lado de lá (do lado de lá)
Eu amanheço pendurado na janela do lado de cá (do lado de cá)
Ela anoitece pendurada na janela do lado de lá (do lado de lá)
Eu anoiteço pendurado na janela do lado de cá
E se você me perguntar o andar onde ela mora
Não vai dar para entender (entender)
Se perguntar à ela o meu nome
Eu garanto, ela não saberá dizer
Mas o diabo do pai dela
Fica todo invocado quando me vê na janela
Tá todo mundo perturbado
Tanto do meu lado como do lado dela
Eu sei que ela fica o dia todo pendurada vidrada para cá
Ela sabe que eu fico o dia todo pendurado, vidrado pra lá
Se ela está se divertindo, curtindo a dela do lado de lá
Eu também tenho direito de ficar curtindo a minha do lado de cá (do lado de cá)
Ela amanhece pendurada na janela do lado de lá (do lado de lá)
Eu amanheço pendurado na janela do lado de cá (do lado de cá)
Ela anoitece pendurada na janela do lado de lá (do lado de lá)
Eu anoiteço pendurado na janela do lado de cá
E se você me perguntar o andar onde ela mora
Não vai dar para entender
Se perguntar à ela o meu nome
Eu garanto, ela não saberá dizer
Mas o diabo do pai dela
Fica todo invocado quando me vê na janela
Tá todo mundo perturbado
Tanto do meu lado como do lado dela
Eu sei que ela fica o dia todo pendurada vidrada para cá
Ela sabe que eu fico o dia todo pendurado, vidrado pra lá
Se ela está se divertindo, está curtindo a dela do lado de lá
Eu também tenho direito de estar curtindo a minha do lado de cá (do lado de cá)
11.Nega Dina (Zé Kéti)
A Dina subiu
O morro do Pinto pra me procurar
Não encontrando foi ao morro da favela
Com a filha da Estela pra me perturbar
Mas eu estava lá no morro de São Carlos
Quando ela chegou, fazendo escândalo, fazendo quizomba
Dizendo que levou meu nome pra macumba
Só porque faz uma semana
Que eu não deixo uma grana pra nossa despesa
Ela pensa que minha vida é uma beleza
Eu dou duro no baralho pra poder comer
A minha vida não é mole, não
Entro em cana toda hora sem apelação
Eu já ando assustado e sem paradeiro
Sou um marginal brasileiro
A Dina subiu
O morro do Pinto pra me procurar
Não me encontrando foi ao morro da favela
Com a filha da Estela pra me perturbar
Mas eu estava lá no morro de São Carlos
Quando ela chegou, fazendo escândalo, fazendo quizomba
Dizendo que levou meu nome pra macumba
A Dina subiu
O morro do Pinto pra me procurar
Não me encontrando foi ao morro da favela
Com a filha da Estela pra me perturbar
Mas eu estava lá no morro de São Carlos
Quando ela chegou, fazendo escândalo, fazendo quizomba
Dizendo que levou meu nome pra macumba
Só porque faz uma semana
Que eu não deixo uma grana pra nossa despesa
Ela pensa que minha vida é uma beleza
Eu dou duro no baralho pra poder comer
A minha vida não é mole, não
Entro em cana toda hora sem apelação
Eu já ando assustado e sem paradeiro
Sou um marginal brasileiro
Só porque faz uma semana
Que eu não deixo uma grana pra nossa despesa
Ela pensa que minha vida é uma beleza
Eu dou duro no baralho pra poder comer
A minha vida não é mole, não
Entro em cana toda hora sem apelação
Eu já ando assustado e sem paradeiro
Sou um marginal brasileiro
12. Não tenho Sorte (Tóbis)
Não tenho sorte
Nem sei que forma tem a felicidade
A ingrata me abandonou
Quase morri de saudade
A maré enche e vaza
Eu devo me conformar
O mundo dá muita volta
E um dia ela pode voltar
Não tenho sorte
Nem sei que forma tem a felicidade
A ingrata me abandonou
Quase morri de saudade
A maré enche e vaza
Eu devo me conformar
O mundo dá muita volta
E um dia ela pode voltar
Meu barraco tem uma porta
Do lado, uma janela
Na parede do meu quarto
Coloquei o retrato dela
Também guardei um vestido
Que ficou por esquecimento
Todas as vezes que eu fito
Aumenta o meu sofrimento
Não tenho sorte
Nem sei que forma tem a felicidade
A ingrata me abandonou
Quase morri de saudade
A maré enche e vaza
Eu devo me conformar
O mundo dá muita volta
E um dia ela pode voltar
Meu barraco tem uma porta
Do lado, uma janela
Na parede do meu quarto
Coloquei o retrato dela
Também guardei um vestido
Que ficou por esquecimento
Todas as vezes que eu fito
Aumenta o meu sofrimento
13. Regenerado (Zé Kéti)
Eu já fui valente, já fui malandro
Metido a brabo, Seu Doutor
Mas agora eu sou um homem honesto e trabalhador
Cancelei as fichas, consegui tirar a minha identidade
Já fui pinta braba, quase estraguei a minha mocidade
Arranjei uma dona, sou papai, agora me manquei
Até de beber a minha cachacinha já deixei
Joguei muita ronda
Fazia miséria quando perdia
Já briguei no duro
Mas também já fiz muita covardia
Doutor Delegado, pelo amor de Deus
Não me prenda não
Que amanhã cedinho
Vou para o trabalho defender o pão
E não é xaveco, não
Ah seu Doutor, pega leva comigo
Eu já fui valente, já fui malandro
Metido a brabo, Seu Doutor
Mas agora eu sou um homem honesto e trabalhador
Cancelei as fichas, consegui tirar a minha identidade
Já fui pinta braba, quase estraguei a minha mocidade
Arranjei uma dona, sou papai, agora me manquei
Até de beber a minha cachacinha já deixei
Joguei muita ronda
Fazia miséria quando perdia
Já briguei no duro
Mas também já fiz muita covardia
Doutor Delegado, pelo amor de Deus
Não me prenda não
Que amanhã cedinho
Vou para o trabalho defender o pão
Eu vou seu Doutor
Ah, se vou
14. Seu Cochilo (Germano Mathias)
O Zé, tá nessa de dedo duro, meu irmão?
Que que é isso?
Você vê aí, Seu Cochilo
Não me trate assim
Boca de siri, crocodilo
Que eu trato de mim
Seu dedo duro
Pode me comprometer
Mas no futuro
Sua barba poderá crescer
Você é mau elemento
Já estou por dentro da situação
Fecharei seu paletó
Com toda essa marra de leão
O que é isso, Zé?
Não seja tão presepeiro
Como é que é?
Corujão não é maneiro
O seu baratino
É tão mixuruca para me engrupir
Uma grifa bateu para mim
Que você tira onda de faquir (você vê aí)
Você vê aí, Seu Cochilo
Não me trate assim
Boca de siri, crocodilo
Que eu trato de mim
Seu dedo duro
Pode me comprometer
Mas no futuro
Sua barba poderá crescer
Você é mau elemento
Já estou por dentro da situação
Fecharei seu paletó
Com toda essa marra de leão
O que é isso, Zé?
Não seja tão presepeiro
Como é que é?
Corujão não é maneiro
O seu baratino
É tão mixuruca para me engrupir
Uma grifa bateu para mim
Que você tira onda de faquir (você vê aí)
Era só o que faltava, né Zé?
15. Eu Vou te pegar (Manu Lafer)
Eu fui dançar, atrás do meu amor
Eu fui dançar, atrás do meu amor
O meu amor saiu à noite
Foi colorida pra boate
Eu fui atrás dessa mulher
De uma pista de dança
Ela viu, me distraiu, fugiu lá pra cozinha
Pulou uma janela escondidinha
Pulou uma janela escondidinha
Eu fui pra rua, atrás do meu amor
Eu fui pra rua, atrás do meu amor
O meu amor olhava sempre
Mudava logo de calçada
Eu fui atrás dessa mulher
Num beco sem saída
Ela era o meu sorriso, em grito, em flor, florida
Subiu numa escada em caracol
Subiu numa escada em caracol
Comi degrau, atrás do meu amor
Comi degrau, atrás do meu amor
O meu amor atravessava
A sala de entrada
Eu nem vi que eu tava ali
Que aquilo era uma casa
Eu nem vi que eu tava ali
Num quarto decorado
Lençol, lençol e cobertor
Lençol, lençol e cobertor
Eu vou te pegar
Vou te pegar
E nunca mais ficar sozinho
Eu vou te pegar
Vou te pegar
E nunca mais ficar sozinho
Ziriguidum, ziriguidum, ziriguidum
Ziriguidum, ziriguidum, ziriguidum
Eu vou te pegar
Vou te pegar
E nunca mais ficar sozinho
Eu vou te pegar
Vou te pegar
E nunca mais ficar sozinho
Ziriguidum, ziriguidum, ziriguidum
Ziriguidum, ziriguidum, ziriguidum
Mas! Ziriguidum, ziriguidum, ziriguidum
Ziriguidum, ziriguidum, ziriguidum
16. Malandro não Vacila (Germano Mathias)
Ô Germano, fala aí como é que é
A parada lá na zona leste ai, explica pro povo
Malandro que é malandro compadre, não vacila
E você anda vacilando compadre, lá na vila
Malandro que é malandro compadre, não vacila
E você anda vacilando compadre, lá na vila
Malandro que é malandro pisa no chão devagar
Chega bem de mansinho
Que é para os homens não notar
Sabe entrar e sabe sair
E criança respeitar
Não mexe com a mulher alheia
Que é pra na cadeia, mulher não virar (viu)
Olha que lá em Itaquera
Apesar da fama tem nego bacana
Mas você chegou lá meu compadre
Trocando a mão pelo pé
Entrou, entrou na casa do Loque
Ligou a vitrola e fez arrasta-pé
Usou e abusou
E na marra transou com a mulher do Mané
Ai, se fosse em Guaianazes, o bicho comia
Se fosse em Guarulhos, você sumia
Se fosse em São Miguel ou Capão redondo, você morria
Se fosse em Osasco, há há você virava churrasco, de quê?
Churrasco de malandro
Que só respeita o malandro quando ele é de fato
Churrasco de malandro
Que só respeita malandro quando ele é de fato
Fala Germano, e esse malandro ai bicho?
Tá pensado que língua de tamanduá é elevador de formiga?
Fala pra ele
Ai meu Deus do céu
Malandro que é malandro compadre, não vacila
E você anda vacilando compadre, lá na vila
Malandro que é malandro compadre, não vacila
E você anda vacilando compadre, lá na vila
Malandro que é malandro pisa no chão devagar
Chega bem de mansinho
Que é para os homens não notar
Sabe entrar e sabe sair
E criança respeitar
Não mexe com a mulher alheia
Que é pra na cadeia, mulher não virar (viu)
Olha que lá em Itaquera
Apesar da fama tem nego bacana
Mas você chegou lá meu compadre
Trocando a mão pelo pé
Entrou, entrou na casa do Loque
Ligou a vitrola e fez arrasta-pé
Usou e abusou
E na marra transou com a mulher do Mané
Se fosse em Guaianazes (ah), o bicho comia
Se fosse em Guarulhos, você sumia
Se fosse em São Miguel ou Capão redondo, você morria
Se fosse em Osasco, você virava churrasco, de quê?
Churrasco de malandro
Que só respeita o malandro quando ele é de fato
Churrasco de malandro
Que só respeita malandro quando ele é de fato
Olha aí
Ô malaco, vai morrer assado no microondas, hein