Manu Lafer

Músico e Compositor

Thesaurus Vaults – Ta Shemá

Manu Lafer lança uma versão de seu álbum de 2008, Ta Shemá, como parte da divulgação do seu songbook, que contêm mais de 100 partituras para violão e voz, com letras e melodias gravadas em mais de 20 anos de carreira.

Aqui estão somente com os arranjos de violão para as 13 faixas, daí o título “vaults” (baú), pois a original continha outros instrumentos, por escolha e expertise dos arranjadores. Como compara o produtor Alexandre Siqueira, o trabalho são fotografias do projeto original: as faixas não foram regravadas, mas restauradas de cópias de monitor e mp3 originais. A apresentação original das composições, com seu foco na abordagem de melodias, ritmos e violão acústico faz com que estes sejam os verdadeiros protagonistas e representantes da criação artística.

Apenas duas canções são de outros autores: Cristo Nasceu Na Bahia, cantada por Mateus Aleluia, um sucesso do teatro nacional do final dos anos 1920 e Vamos A La Cama, um sucesso, agora da televisão, de países de língua espanhola dos anos 1960. Há apenas uma canção gravada ao piano e não com violão, Da Janela.

Ta Shemá, como outros álbuns de Lafer como Doze Fotogramas, Grandeza e Frum, mescla várias tradições brasileiras e aponta para uma influência judaica.

Thesaurus Vaults – Ta Shemá, é uma síntese da obra multifacetada de Lafer, autor de cerca de 400 canções, influenciadas por nomes como João Gilberto, Gilberto Gil, Jorge Ben Jor, Chico Buarque, Paulinho Da Viola e Caetano Veloso.


Faixas

1. Ta Shemá (Manu Lafer)

A alma, o salmo, a flama, a chama, a neshamá
Ta shemá, ta shemá
A água, a vaga, a frota, a fraga da Torá
Eu quero vir Inês chamar
Os céus dos céus, Raquéus,
O leite, o véu, a luz, o lar
Ta shemá, ta shemá
O mês, a vez, o nes, Inês
Irmã do mesmo, siamês

E neste ente inestimar
Vem escutar, após, a mais
O tempo, o topo, o tampo,
A via, as vidas, alegrias
Onde havia algaravia
O giro, o suspiro, a tocha,
A pira vir a deflagrar

Soar Midrash e sussurrar Mishná
Que era e haverá antes
Das vogais errantes (bis)

2. Conchas Abertas (Manu Lafer, Alexandre Barbosa de Souza)

Lembra de sonhar com sol
Lembra de acordar tão só
Funda glória da matéria vã
Sonho em madrepérola de cor

1ª vez:
No mar do tempo a lua é teu olhar
Os quatro quartos do teu coração

2ª vez:
No mar de sangue faz o sol chorar
Conchas abertas da memória mãe

3. Mineira (Manu Lafer)

Você é pra mim a primeira
Primeira que eu digo é mineira
É quem chega, em primeira
(bis)

Tão forte
É a onda de ouro
Das Minas Gerais
Água e sais,
Bem me queira,
Teu gênio me queira,
Mineira

4. Poesia E Prosa (Manu Lafer, Antonio Candido De Mello E Souza, Danilo Caymmi)

Santa Bárbara do Garimpo das Canoas
Nossa Senhora das Dores do Aterrado
Santa Rita de Cássia (bis)
Vila Formosa do Senhor Bom Jesus dos Passos
(bis)

Nossa Senhora das Dores da Ponte Alta
São Francisco das Chagas do Monte Santo
Santa Cruz das Areias (bis)
Divino Espírito Santo da Forquilha

O pano sobe desvendando Claraval, Ibiraci,
Cássia, Passos, Babilônia, Monte Santo
O pano sobe desvendando Claraval, Ibiraci,
Cássia, Passos, Fortaleza, Delfinópolis

5. Da Janela (Manu Lafer)

Da janela
Luz pequena
Veste o olho dentro e fora
Lacra a carta sem saída
Firma a vista, distraída

Da janela
Rosto, perna,
Pena, pane, luz engorda
Roda, escreve, tudo ou nada
Treme a vista, concentrada

A verdade existe
No amor em volta de si
A verdade assiste
Ela vê na mira do sim

6. Versão Fiel (Manu Lafer, Luiz Tatit)

Sempre que vou falar de você
O que eu não sei eu invento
Quando eu começo é uma fala normal
Mas de repente eu aumento

Já tentei conter o impulso
Já tentei não me inflamar
Mas se o tom sai muito brando
Me descontrolo, vou aumentando

Já tentei conter o verbo
E dizer só o que sei
Mas pra alguém que é tão barroco
O suficiente é muito pouco

Tudo em você pra mim é a glória
Tudo o que fez já é história
Suas palavras soam tão bem
Movem montanhas e forças do além
São como luzes vindas do céu
Eis a versão fiel

7. Quem Traduz (Manu Lafer, Guilerme Wisnik)

Tua voz me faz ouvir a tua luz
Tua vez de ver o céu de muito perto
Não chegou, já que a vida te conduz
Muito além do eterno tempo

Traz no peito
A tua marca que acusa
A partida que ganhara tempo certo
É você quem traz a vida, quem traduz
Pra melhor, meu entendimento

Mas em vez de ver o céu e os seus azuis
Ficarás brilhante, puro sentimento,
Porque já não és senhora, não és tu
Mas as horas do pensamento

8. Grande ABC (Manu Lafer)

Você foi a minha gema
Você foi meu dia D
Você foi a Diadema
Você foi meu ABC
(bis)

Seguimos a labralata
Que ladra pra São Bernardo
Que é, que Mauá que empaca?
Que horas pra Santo André?
Nos teus lábios teus cabelos
Que eu beijo no cinema

Saímos com os índios
E os pássaros de Moema
(bis)

9. Céu (Manu Lafer)

Céu
Que se aumenta e se imita
Céu que límpido brinca
Quando a dor
Adormecer
Céu,
Pincel do céu,
Se alastra,
Céu,
Que o infinito
Arrasta
Céu,
Além

10. Catraca (Manu Lafer)

Tá pronta pra aprontar?
Catraca eu saltei pra te atracar
Troca teu pé pra cá
E baila pra jubilar
(bis)

Diz pro gorilão
Diz quem vai pagar
Sabe quem será?
É essa que tá aqui atrás

Interpretei pra entrar
Um mambo de cuba popular
Vim pendurado em pé
Pois é pra te encalacrar

11. Elevador (Manu Lafer)

Fora pra fora, dona do amor
Elevador, você chamava
Ele não vinha, não tinha asa
Eu: quem quer casa, você sabia?

Você sabia, você subia
Não arredava do apartamento
Quando apertava, você se via,
Seria um dia quem eu queria

A rua peca, já vira beco
Por um momento, tão sedutriz
Em pouco tempo, você previa,
Que eu sofreria, você feria

Eu confirmava,
Eu te impedia, eu me privava,
Você pra mim sapateava,
E tercinava, e se virava
Se abria falsa e se cabia atriz

Destrambelhava seus carretéis
Fingia alto desprezar meu sim
Medindo força, agarrando em mim
Cedendo a vez, suspendendo os pés

12. Cristo Nasceu Na Bahia (Sebastião Cirino, Duque, Antonio Lopes De Amorim Diniz)

Dizem que cristo nasceu em Belém
A história se enganou
(bis)

Cristo nasceu na Bahia, meu bem
E o baiano o criou
(bis)

Na Bahia tem vatapá
Na Bahia tem caruru
(bis)

Moqueca e arroz de haussá
Manga, laranja e caju
(bis)

13. Vamos A La Cama (Antonio Areta, Máximo Baratas, Santiago Moro e Modesto Rebollo)

Vamos a la cama
Hay que descansar
Para que mañana
Podamos madrugar

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