Em Sambadobrado – Manu Lafer Convida Graça Braga, a cantora interpreta quase todas as canções. São sambas autorais do cantor e violonista, de diversos estilos.
A intérprete, de voz feminina e madura, desenvolveu carreira solo após uma bem sucedida e popular participação na Comunidade Samba Da Vela, a qual por sua vez teve como madrinha a diva do samba, a saudosa carioca Beth Carvalho, que estimulou a carreira de seus integrantes, gravando extensamente com o conjunto Quinteto em Em Branco E Preto e, registrando uma plêiade de obras dos compositores Maurílio, Magno, Paquera e Chapinha.
A produção é de Swami Junior, que fez os arranjos de base e de sopros, além de gravar violão e baixo. Há participações dos parceiros de longa data de Manu, do símbolo do samba de São Paulo o chamado Catedrático Germano Mathias, do baiano Mateus Aleluia, ex-Tincoãs, e do cantor de samba Chico Médico, além da lenda da percussão Osvaldinho da Cuíca, e dos convidados internacionais, o guitarrista Jack Wilkins e o pianista Ehud Asherie.
A banda de apoio é estrelada por Luizinho 7 cordas, com Henrique Araujo (cavaquinho, bandolim), Douglas Alonso (bateria e percussão), Marcelo Barro (percussão) e convidados, como Fabio Tagliaferri (viola de arco), Ubaldo Versolato (saxofone tenor e clarinete), Allan Abbadia (trombone), Toninho Ferragutti (acordeon), Alexandre Fontanetti (guitarra), entre outros. O coro luxuosíssimo é formado pela especialista no gênero Kelly Silva e por duas das maiores cantoras de sua geração, que também desenvolvem trabalhos autorais, Verônica Ferriani e Bruna Caram.
No repertório, de diversos tipos de samba, como citado, o ritmo, de identidade nacional por excelência, aqui representado também na sua visão paulista, estão parcerias como Milagre Brasil (a partir de trecho de poema de Mário de Andrade), Tântrica (ou Just Wondering, versões em português e inglês de For Baden, originalmente um tema instrumental de Jack Wilkins para o samba carioca de subúrbio e o virtuosismo do violonista Baden Powell), e a também parceria Brilho Interno (com Guilherme Wisnik). Entre as autorais, sem parceiros, estão a faixa título Sambadobrado (um samba de gafieira), Eu Vou Festejar (um “sambão” à Beth Carvalho, interpretando Jorge Aragão), regravações de Cidade Inacabada (um tratado de harmonia inspirado em Amor À Natureza, de Paulinho Da Viola), Amigo De Garfo (um samba sincopado para o homenageado Germano Mathias), Nascimento (um samba canção), A Marias (aqui tal como foi composta, um forró, gênero escolhido a partir do desejo da cantora Graça, homenageada na personagem da letra) e Você Já Sabe? (um samba choro, apresentado anteriormente com o violão de Dori Caymmi, inspirada justamente em Dorival Caymmi), além do afoxé Preto Velho. Completam o repertório Quem Já Viu (um samba de roda) e A Lara (um sambão buarqueano).
O compositor revela seu grande amor e dedicação pelo e ao samba, presentes desde a infância e por toda a sua carreira. Aqui realizados na companhia de quem melhor poderia executá-los, músicos de alta estirpe.