Segundo álbum da trilogia iniciada com Grandeza, Ta Shemá partiu do formato inicial de voz e violão das 13 faixas escolhidas, dentre algumas dezenas de inéditas, para serem oferecidas à livre leitura de alguns dos nossos mais talentosos arranjadores, com seus estilos distintos e marcantes: Lincoln Olivetti, Jacques Morelembaum, Dori Caymmi, Luiz Brasil e André Mehmari. Algo parecido com o que Marcos Valle fizera em 1969 em Mustang Cor de Sangue.
A faixa de abertura, que dá nome ao disco, é uma expressão judaica, do aramaico “vem ouvir”, e atraiu a atenção dos performers John Pizzarelli e Jessica Molaskey, que veicularam faixas do cd em seu programa Radio DeLuxe. Poesia e Prosa é mais uma parceria com Danilo Caymmi, dessa vez também com Antonio Candido de Mello e Souza, e cita, no violão e na letra, o estado de Minas Gerais, assim como a faixa Mineira, de notável concisão lírica. Uma espécie de “mapeamento” da diversidade brasileira, que remete ao trabalho da gravadora Marcus Pereira. O disco despertou o interesse do duo formado pelo guitarrista Howard Alden e pela cantora de jazz Jeanne Gies, que gravaram o álbum Window – The music of Manu Lafer, com versões das letras em inglês.